segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Contato Virtual pela informação no combate a aids

Hoje eh 1 de dezembro. Dia mundial de luta contra a AIDS. O Hugo Siqueira, DJ de Brasília e membro da lista do Pragatecno, deixou de lado o simples discurso e partiu para a ação. Acreditando que a arte, especialmente a musica, pode sim ajudar as pessoas a se conscientizarem de um problema tão grave, juntou parceiros e colaboradores e criou junto com eles o Contato Virtual, um pool de sites que vai proporcionar um verdadeiro festival eletrônico de musica e imagem durante todo o dia de hoje com a participação de diversos DJs e Vjs, inclusive este que vos fala. Alem dos sets, vai ser possível encontrar na pagina também informações sobre saúde, prevenção, comentários de especialistas, dados epidemiológicos e muito mais. Essa bela iniciativa com certeza merece todo o nosso apoio. Então corra ate a pagina do Contato Virtual ouça os sets, se informe, ajude, divulgue, participe e dê uma forca pra esse projeto que vale muito a pena. O projeto esta bem bacana. Aqui

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Slow blogging

Bem, tenho me culpado bastante por postar tão pouco aqui. Sei que que muita gente associa blogs a tamagochis, que se não forem alimentados sempre e constantemente, morrem. Não sei se concordo com isso e para, de certa forma, aliviar um pouco a minha dor, vi isso hoje no bluebus. Vejam o que vocês acham.
"Vc já ouviu falar em 'slow blogging'? Paginas atualizadas sem urgência? É um movimento lançado em 2006 que prega a rejeiçao ao imediatismo, ao excesso de informaçao e velocidade. O New York Times tem uma matéria sobre o assunto - diz que o movimento é inspirado em outro, o 'slow food', que critica o fast food por destruir tradicoes locais e hábitos alimentares saudáveis. Assim como o pessoal do slow food acredita que a comida deve ser local, orgânica e sazonal, o pessoal do slow blogging vê blogs de noticias que publicam 50 posts por dia como um restaurante de fast food. Ou seja, acham que é bom para o consumo ocasional, mas nao sustentam a longo prazo. Os que praticam o slow blogging atualizam suas páginas com pouca frequência, publicam pensamentos, ensaios - sem pressa, sem urgência. Clique aqui para ler no NYT, em inglês. 25/11 Blue Bus

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Jazzanova - Secret Love 5

Produtores de mão cheia e pé ficando no soul e no nu jazz, os alemães do Jazzanova com certeza têm lugar garantido entre os mais respeitados da eletrônica. Sua casa – própria – é o selo Sonar Kollektiv, que além de lançar os releases do grupo, lança também os trabalhos de uma série de produtores da mais fina deep house produzida no planeta. Quem é de dentro sabe: nomes como Dixon, Âme, 4Hero, Recloose, Phonique, entre muitos outros que hoje estão em alta, passam frequentemente por aqui ajudando a construir a boa fama do selo.
Mas a coleção Secret Love foge um pouco de toda sonoridade normalmente associada ao Jazzanova. Isso porque a intenção inicial da banda era dar a sua idéia do que seria uma boa coletânea de folk com nomes, na maioria das vezes, desconhecidos, mas de grande potencial. E o resultado dessa idéia foi tão bom e vendeu tão bem que a série iniciada em 2004 já está no seu quinto volume. Se no começo o intuito era fechar no folk, com o passar dos anos o Secret Love foi abarcando outras sonoridades como o rock mais leve e ambiências eletrônicas da deep house com forte carga do soul, que é a especialidade da casa.
A questão aqui é: como conciliar materiais de espécies tão diferentes quanto a soul bossa “Deep Waters”do Recloose do pop rock setentista de “Love You Straight” do Pop Levi? Se poderia parecer um exercício estilístico dos mais intransponíveis para alguns djs, para o Jazzanova não é. Eles não só conciliam como o fazem em sequência, ajudando a difundir o que apelidaram de “new soul-folk”. Afinal, por que músicas muito boas de bandas tão dispares não poderiam estar juntas no mesmo playlist? É partindo desse conceito que o cd segue misturando a disco indie “Absynth” do Woolfie VS Projections com a enigmática “I Feel Electric” do The Rubies, que conta com a participação da cultuada cantora Feist nos vocais. Destaque também para os violinos e sintetizadores climáticos de “Broken Promises” do sensacional Quiet Village e para a canção “Estrela de Dos Caras” do Savath e Savalas, projeto do pessoal do Profuse 73. O folk de raiz, óbvio, não poderia mesmo faltar nessa edição e está bem representado aqui pelas belíssimas e tristes “Things I stole” do novato Choir of Young Believers e “Destruction of Ourselves” do irlandês Stee Downes, que fecha, com dignidade, o disco.
Com mais e mais djs abandonando a ortodoxia dos seus sets 4x4 pela necessidade de dar conta da diversidade de um mundo cada vez mais multicultural e interessante, a busca de convergências que sempre caracterizou o Jazzanova talvez seja uma chave para entender a ambição de ir além da fronteira originalmente traçada do folk. Secret Love 5 é uma boa coletânea com surpresas muito agradáveis que expressam claramente esse desejo. Yes, we can.

Para ouvir:
Para conhecer:
Para baixar:

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Deadbeats - Roots and Wire


Para quem ainda não conhece a história por trás do projeto Deadbeat, o seu novo lançamento, Roots and Wire, vai ser com certeza um excelente cartão de visitas.
Mais palatável e acessível do que o seu disco anterior, o sensacional Journey´s Annual, onde levava até as últimas conseqüências o seu atmosférico dub eletrônico com um pé fincado na Jamaica e outro no dub tecnho alemão, Roots and Wire revela um mix de culturas rico que nunca soa exótica ou meramente pitoresca. Há pesquisa profunda aqui e a mistura parece alcançar com precisão a síntese expressa no título do disco – Roots and Wire. Uma analogia do fio que une o ancestral ao digital em linha direta.
O Deadbeat é na verdade o produtor Scott Monteith, naturalmente canadense mas que atualmente vive em Berlin – como, me parece, mais ou menos 113 % das pessoas que fazem música atualmente na Europa. Roots and Wire é o seu sétimo lançamento e chega pelo selo canadense Wagon Repair, que tem em seu catálogo nomes bem conceituados como o Cobblestone Jazz, Minilogue, Ripperton e The Mole, entre outros.
Se no “Jornney’s” havia pouco espaço para as batidas 4x4, “Roots” parece se abrir mais para as possibilidades da pista de dança, agregando à fusão noções fundamentais da deep house e expandindo a dose de deep techno. O resultado, acredite, é incrivelmente coeso.
“Babylon Correction” abre os trabalhos com a atmosfera impregnada pelo cheiro de incenso e ganja. Um reggae letal que serve perfeitamente de introdução ao lado ‘raiz’ e prepara o ouvinte para os ‘fios’ que vêm a seguir. Na seqüência, surge o dub eletrônico “Rise”. Estruturalmente, é um dub como tantos outros, mas a riqueza de detalhes, o vocal marcante e o cuidado da produção fazem diferença aqui. É em “Deep Structure”, terceira faixa, que os aparentes contrastes parecem se unir para formar um discurso único. Pela primeira vez as batidas retas conduzem o groove e induzem à pista. Deep house de primeira. “Grounation” retoma o tribalismo presente em várias faixas anteriores do produtor para terminar num techno cheio de dub. Night Stepping volta ao som reto e se firma com uma ótima faixa de deep techno. O disco encerra com dois pontos altos: “Sun People (Dub Divisionaire)” e o excelente groove de “Xberg Ghosts”. É de maneira fluida que o Deadbeat vai transitando por diversos estilos, sempre com coerência e vontade de costurá-los todos mais como uma única camada de som do que como uma colcha de retalhos. Roots and Wire mostra que é possível fazer a tradição e a modernidade convergirem para o mesmo centro em prol de uma boa música.

Para ouvir:
http://www.myspace.com/deadbeatcomputermusic

Para baixar:
www.piratebay.org
www.mininova.org

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Air France - No Way Down


O Air France é uma das melhores bandas a sair da cena musical de Gotemburgo, Suécia, casa de novidades que têm deixando o cenário da música pop mais vibrante nos últimos anos. Para ser mais exato, o Air France não se trata de uma banda strictu sensu, mas sim de uma dupla, que se desdobra entre teclados, samples, etc. Suas músicas evocam um clima pop fortemente calcado na filosofia do ‘tudo pode’ das batidas balericas. Dançante, leve, iluminado como um dia solar, lançaram um dos melhores discos do ano: o ep No Way Down. Antes haviam lançado apenas outro ep On Trade Winds, de 2006, pelo selo Sinceraly Yours. Apesar de virem de um país tão frio, parecem querer com suas harmonias luminosas traduzir um clima de eterno verão. "Collapsing At Your Doorstep", que abre o disco, é um bom prenuncio da carga onírica que permeia o som que fazem. “Sort like a dream? No better” indaga repetitivamente uma voz infantil como se nos levasse para o meio de um sonho induzido por uma prazerosa hipnose musical. "June Evenings" vem a seguir com seu clima pop de traços orientais, metais marcantes, belas harpas e sintetizadores emulando uma luxuosa viajem que evoca o pôr do sol numa bela praia da Espanha. O dilema do quente e do frio parece impregnar os músicos e ser o foco da trama musical de “Maundy Thursday”, com sua pegada psicodélica a lá Primal Scream circa “Screamadelica”. Mas toda a seriedade e aparente frieza se desfaz sob o calor pop de “No Excuses”. Uma das melhores músicas feitas em 2008, com sua melodia pegajosa, dançante e cheia de um groove capaz de conquistar até ouvidos mais chatos.
Venho ouvindo esse cd há uns 3 meses direto e sempre quis comentá-lo aqui. A desculpa veio na forma do recém lançado clip da misteriosa música “Windmill Wedding”, que fecha o disco. Assim como a canção, que parece mais parte da trilha sonora de algum filme (de Bergman?), o clip também sai da tradicional formula e se parece mais com um belo curta. Merece ser visto. (Basta clicar aqui). Junto com o The Embassy – tema de um futuro post –, o Air France é um contraditório sopro de ar quente vindo da gélida Suécia, uma pequena revolução que alimenta as nossas esperanças numa época em que a originalidade na música parece mais afeita ao simples do que ao imponderável.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Duo Hilight

O Duo Hilight é formado por Jerônimo e Fabrício, também conhecido como Fx. Jerônimo é velho conhecido de quem frequenta a cena eletrônica de Salvador, mas hoje vive em São Paulo, onde iniciou o projeto. A princípio, o Duo seguia uma linha mais minimalista, que foi abandonando com o tempo em favor de outras influências como disco punk, o eletro, new wave dos 80 e, mais recentemente, a disco. Sua página no myspace reflete essa mudança de direção na sonoridade da banda, apresentando uma eletrônica viajante, percussiva, com toques de antigas trilhas de filmes de faroeste. Em breve, devem estar estreando um live p.a para rodar o circuito de clubes.

Para ouvir:
www.myspace.com/duohilight

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Apparat em Salvador

Com a notícia dada pelo rraurl de que o dj e produtor de eletrônica alemão Apparat vai fazer uma apresentação em Salvador no Kulturfest do Instituto Goethe em novembro, só me resta recomendar a quem ainda não ouviu a dar uma escutada no seu último álbum Walls (2007). Ao contrário das produções techno/minimal que caracterizaram seus 2 discos anteriores, esse é um trabalho com banda, mais pop, cheio canções melancólicas em tom menor e recheado de violões. O resultado é bem bom e vai ser legal conferir ao vivo. Para quem quiser saber detalhes da vinda é só acessar o rraurl