terça-feira, 25 de novembro de 2008

Slow blogging

Bem, tenho me culpado bastante por postar tão pouco aqui. Sei que que muita gente associa blogs a tamagochis, que se não forem alimentados sempre e constantemente, morrem. Não sei se concordo com isso e para, de certa forma, aliviar um pouco a minha dor, vi isso hoje no bluebus. Vejam o que vocês acham.
"Vc já ouviu falar em 'slow blogging'? Paginas atualizadas sem urgência? É um movimento lançado em 2006 que prega a rejeiçao ao imediatismo, ao excesso de informaçao e velocidade. O New York Times tem uma matéria sobre o assunto - diz que o movimento é inspirado em outro, o 'slow food', que critica o fast food por destruir tradicoes locais e hábitos alimentares saudáveis. Assim como o pessoal do slow food acredita que a comida deve ser local, orgânica e sazonal, o pessoal do slow blogging vê blogs de noticias que publicam 50 posts por dia como um restaurante de fast food. Ou seja, acham que é bom para o consumo ocasional, mas nao sustentam a longo prazo. Os que praticam o slow blogging atualizam suas páginas com pouca frequência, publicam pensamentos, ensaios - sem pressa, sem urgência. Clique aqui para ler no NYT, em inglês. 25/11 Blue Bus

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Jazzanova - Secret Love 5

Produtores de mão cheia e pé ficando no soul e no nu jazz, os alemães do Jazzanova com certeza têm lugar garantido entre os mais respeitados da eletrônica. Sua casa – própria – é o selo Sonar Kollektiv, que além de lançar os releases do grupo, lança também os trabalhos de uma série de produtores da mais fina deep house produzida no planeta. Quem é de dentro sabe: nomes como Dixon, Âme, 4Hero, Recloose, Phonique, entre muitos outros que hoje estão em alta, passam frequentemente por aqui ajudando a construir a boa fama do selo.
Mas a coleção Secret Love foge um pouco de toda sonoridade normalmente associada ao Jazzanova. Isso porque a intenção inicial da banda era dar a sua idéia do que seria uma boa coletânea de folk com nomes, na maioria das vezes, desconhecidos, mas de grande potencial. E o resultado dessa idéia foi tão bom e vendeu tão bem que a série iniciada em 2004 já está no seu quinto volume. Se no começo o intuito era fechar no folk, com o passar dos anos o Secret Love foi abarcando outras sonoridades como o rock mais leve e ambiências eletrônicas da deep house com forte carga do soul, que é a especialidade da casa.
A questão aqui é: como conciliar materiais de espécies tão diferentes quanto a soul bossa “Deep Waters”do Recloose do pop rock setentista de “Love You Straight” do Pop Levi? Se poderia parecer um exercício estilístico dos mais intransponíveis para alguns djs, para o Jazzanova não é. Eles não só conciliam como o fazem em sequência, ajudando a difundir o que apelidaram de “new soul-folk”. Afinal, por que músicas muito boas de bandas tão dispares não poderiam estar juntas no mesmo playlist? É partindo desse conceito que o cd segue misturando a disco indie “Absynth” do Woolfie VS Projections com a enigmática “I Feel Electric” do The Rubies, que conta com a participação da cultuada cantora Feist nos vocais. Destaque também para os violinos e sintetizadores climáticos de “Broken Promises” do sensacional Quiet Village e para a canção “Estrela de Dos Caras” do Savath e Savalas, projeto do pessoal do Profuse 73. O folk de raiz, óbvio, não poderia mesmo faltar nessa edição e está bem representado aqui pelas belíssimas e tristes “Things I stole” do novato Choir of Young Believers e “Destruction of Ourselves” do irlandês Stee Downes, que fecha, com dignidade, o disco.
Com mais e mais djs abandonando a ortodoxia dos seus sets 4x4 pela necessidade de dar conta da diversidade de um mundo cada vez mais multicultural e interessante, a busca de convergências que sempre caracterizou o Jazzanova talvez seja uma chave para entender a ambição de ir além da fronteira originalmente traçada do folk. Secret Love 5 é uma boa coletânea com surpresas muito agradáveis que expressam claramente esse desejo. Yes, we can.

Para ouvir:
Para conhecer:
Para baixar: